quinta-feira, 18 de outubro de 2007

JURUPARI

Jurupari é a denominação tupi para um demônio particular, mas foi usada com exclusividade pelos missionários para designar qualquer demônio, até assumindo o lugar do cristão nos trabalhos de catequese dos íncolas.

A lenda diz que o jurupari é um deus que veio do céu em busca de uma mulher perfeita para ser esposa de Coaraci, o Sol, mas não diz se ele a encontrou. Jurupari foi o maior legislador que os indígenas conheceram, assemelhando-se a Quetzalcoalti, a "Serpente Emplumada", deus reformador e legislador maia.

Enquanto conviveu com os homens, estabeleceu uma série de normas de conduta e leis morais, instituiu a monogamia, a higiene pessoal, através da depilação corporal, restituiu o poder aos homens que viviam em regime matriarcal, promoveu modificações nos costumes e na lavoura, instituindo, especialmente, as festas de colheita.

Algumas das leis do jurupari permanecem válidas até hoje e são as seguintes:
o chefe cuja mulher for estéril poderá tomar outras para si, sob pena de perder o trono para o mais valente;

ninguém cobiçará a mulher do outro, pagando a desobediência com a própria vida;
a mulher deverá permanecer virgem até a puberdade e jamais se prostituir;
a mulher casada deverá permanecer com o marido até a morte, sem traí-lo;
o marido deverá permanecer em repouso durante uma lua, após o parto da mulher;
o homem deve sustentar-se com o trabalho de suas mãos;
é punida com a morte a mulher que vir o jurupari e o homem que revelar seus segredos e seus rituais.

A cerimônia do jurupari tem seu ritual em fins de março, coincidindo com o período em que as águas diminuem e prenunciam o verão, que começa em maio. Na verdade, na Amazônia não existem inverno nem verão. O que chamamos de inverno e verão é caracterizado pelas chuvas, abundantes num e escassas noutro período.

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